Após os resultados iniciais do monitoramento do Rio Paraopeba, o governo de Minas desaconselhou o uso da água do leito sem tratamento para qualquer finalidade, até que a situação seja normalizada. Em nota conjunta publicada na quinta-feira (30), as secretarias de Saúde (SES-MG), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) disseram que a água do rio apresenta riscos à saúde humana e animal. O informativo do governo não detalha os riscos que a água pode causar e veio acompanhado de um relatório que demonstra alteração nos níveis da turbidez da água e de alguns metais como alumínio, cádmio, cromo, chumbo, boro, vanádio, bário e níque. De acordo com o assessor especial da Secretaria de Estado de Saúde, Bernardo Ramos, a medida é preventiva devido à detecção do aumento do nível de substâncias na água após a tragédia. Ele informa que, até o momento, não foram registrados nenhum atendimento específico em postos e saúde ou hospitais da região atingida. A indicação da Secretaria de Saúde - caso alguém tenha contato com a água não tratada do Rio Paraopeba ou ingerido alimentos que também tiveram esse contato, e apresentar náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tonteira, ou outros sintomas - é que se procure a unidade de saúde mais próxima para informar sobre esse contato. A SES-MG informou ao G1 nesta quinta que esses sintomas pode ser causados a curto prazo. Contudo, a longo prazo, o órgão disse que ainda não tem informação sobre. Com relação à procura da população com os sintomas que procuraram o serviço público de saúde estão sendo investigados e tratados, segundo a secretaria. As secretarias também informaram que o contato eventual com a água não causa risco de vida, mas deve ser respeitada uma área de 100 metros das margens. Para os bombeiros, que trabalham diretamente com o solo, a nota indica o uso constante de equipamentos de segurança. Para que não haja falta d'água, o governo suspendeu a necessidade de outorga para perfuração de poços artesianos. Também foi determinado que a Vale forneça água potável para comunidades atingidas. Funcionários da Seapa já estão percorrendo as cerca de 20 cidades para orientar a não utilização da água do rio. Finalmente, a nota ressalta que a orientação é válida no trecho entre o Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas. Em Pará de Minas há um outro rio usado para abastecimento da cidade.
Monitoramento do Rio Paraopeba
Pesquisadores, analistas e técnicos em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) estão monitorando a velocidade de deslocamento da pluma (mistura de rejeito e água) no Rio Paraopeba.
De acordo com o último boletim do CPRM, divulgado na noite desta quarta-feira (30), a água com rejeitos estava na altura de São José da Varginha, na Região Central de Minas Gerais.